Dia 25 de dezembro é data reservada a comemorar um natalício. O de alguém chamado Jesus Cristo, filho de Maria e José. Para os cristãos, considerado o Messias. O Salvador. Aquele que, prometido desde tempos imemoriais, encarnaria a missão de resgatar o gênero humano de sua condenação definitiva. Por incidir em orgulho, vaidade e pretensiosa autoestima, a criatura desafiou o Criador. E foi condenada a morrer, a obter o sustento com o suor de seu rosto e a não ter esperança alguma no futuro.
Por puro gesto de amor, abriu-se ao homem a oportunidade de retorno ao projeto divino original. Mas para isso foi necessário que o próprio Deus, encarnando-se, pagasse com Sua vida o tributo desse resgate. Essa a história do Jesus cujo nascimento ontem se comemorou. Sua marca histórica é tão relevante, que a data serviu para iniciar uma nova era. A era da cristandade. Mais de dois mil anos depois, em que se transformou o Natal para a maior parte das pessoas?
Compulsória entrega de presentes. Exigência de gorjetas e de “caixinhas”. Estímulo ao desenfreado consumo. Em todos os sentidos. Comilança e beberagem etílica desenfreada. Correria. Abraços e votos, profusos e pré-fabricados. Perda de espontaneidade num gesto que deveria, a rigor, enfatizar o que significou a chegada à Terra de um Filho de Deus, que ofereceu Sua vida para salvar os homens. O declínio dos valores é uma característica desta fase da História que não sabemos bem como será chamada pelos pósteros. À falta de critérios seguros, ela é designada por “pós-modernidade”.
Dentre os valores em fuga ou em crise, está a religiosidade. Insiste-se em disseminar o ateísmo, quase com a mesma intensidade de um “evangelho agnóstico”. Tudo pode explicar, mas não justificar, que o Natal se converta em comemoração pagã. Os interessados em promover vendas, em movimentar a economia, em festejar, devem inventar outros pretextos. Não servir-se dessa data para objetivos outros que não sejam vivenciar o que significa o aniversário de Jesus Cristo. Cabe a cada um de nós fazer do seu Natal o que ele deve ser e a que objetivos deve efetivamente servir.
José Renato Nalini é Desembargador da Câmara Especial do Meio Ambiente do Tribunal de Justiça de São Paulo e autor de “Ética Ambiental”, editora Millennium. E-mail: jrenatonalini@uol.com.br.
28/12/2010 às 17:15
Olá, Professor!
Deveras, o Natal é uma festa religiosa. Há anos observamos o desvirtuamento do seu verdadeiro significado.
Por motivo de segurança, não se celebra mais a Missa do Galo, que iniciava as comemorações natalinas.
A época de reflexão e de sentimento fraterno foi substituída pelo consumismo, pela comilança, por um festival de ostentação que é exatamente o oposto do que se comemora.
Muitos simplesmente não sabem que comemoramos a vinda de um Menino que trouxe a mensagem do Amor à humanidade. E uma mensagem tão forte e verdadeira que sobrevive até os dias de hoje.
Cabe aos cristãos não permitir que uma data tão importante seja tranformada em apenas mais um feriado.
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