A educação é prioritária, essencial e fundamental. Soluciona todos os problemas. Os que não conseguir resolver, ameniza, pois propicia a compreensão da complexidade de tudo aquilo que não está ao alcance das possibilidades humanas.
Quais as finalidades do processo educativo? Para quem parte do pacto federativo, o documento básico que rege toda a vida comunitária, ela tem três objetivos: desenvolver os talentos, competências e habilidades que todo o ser humano possui, em níveis diversos, como diversa é a natureza dos seres viventes; qualificar para o trabalho; e capacitar para o saudável exercício da cidadania.
Como se obtém o resultado eficiente no processo educativo? A primeira finalidade está condicionada ao contínuo autoconhecimento. O “conhece-te a ti mesmo” é o comando a que o ser humano está submetido durante toda a sua trajetória por este planeta. Conhecer-se mais e melhor propicia desvendar as fragilidades, mas também lapidar os atributos positivos. Quem não se conhece bem, não consegue administrar as demais esferas de relacionamento, ou seja, com o próximo, com a natureza e com a sua transcendência.
Mas essa busca do “eu” mais recôndito não está imediatamente vinculada ao domínio dos conteúdos curriculares. Pode auxiliar, como condição necessária, mas não suficiente para se atingir o âmago da própria individualidade.
Por esse motivo é que alguns educadores insistem no investimento a ser feito nas chamadas competências sócio-emocionais. Além das habilidades cognitivas, há de se trabalhar a empatia, a compreensão, a capacidade de se comunicar, a iniciativa criativa e a condição de resolver problemas. São qualidades nem sempre – ou quase nunca – exploradas no currículo normal das escolas.
É de se ponderar que o conhecimento nunca esteve tão disponível e tão acessível como em nossos dias. Quem tiver um celular pode percorrer as melhores universidades do planeta, assim como as mais fornidas bibliotecas e instituições culturais. Pode consultar milhões de obras já disponibilizadas em domínio público.
O importante, por esse enfoque, é incutir no educando a curiosidade. Curiosidade intelectual, curiosidade pelos mistérios da existência, curiosidade pelo saber até o infinito. Pois não há limites se houver vontade. Educar é, portanto, desenvolver seres curiosos.
JOSÉ RENATO NALINI é secretário estadual de Educação e docente da Uninove
Fonte: Jornal de Jundiaí | Data: 29/03/2018
Foto: José Luis da Conceição/A2IMG