Blog do Renato Nalini

Ex-Secretário de Estado da Educação e Ex-Presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo. Atual Presidente e Imortal da Academia Paulista de Letras. Membro da Academia Brasileira de Educação. É o Reitor da UniRegistral. Palestrante e conferencista. Professor Universitário. Autor de dezenas de Livros: “Ética da Magistratura”, “A Rebelião da Toga”, “Ética Ambiental”, entre outros títulos.


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Quem quer faz

No país dos coitadinhos, onde todos querem tudo pronto, gratuitamente e sem esforço, não é fácil mostrar à juventude que o trabalho é essencial e sem ele nada tem verdadeiro valor. Mas de quando em vez, muito raramente, encontra-se um bom exemplo para provar que a vontade é a alavanca propulsora das conquistas.

Essa deveria ser uma obrigação das mídias: divulgar as melhores práticas e disseminar bons padrões de conduta. Com isso, crianças e jovens aprenderiam que o único lugar em que “sucesso” vem antes de “trabalho” é no dicionário. Na vida real, a ordem se inverte.

Pois bem. Márcio Villar, 46 anos, escreveu um livro em que narra suas vicissitudes. Ele exercia a função de analista de sistema e em outubro de 2012 foi mandado embora. A essa altura, já estava pronto o livro “Desafiando Limites”. É a história da vida de Márcio. Ele pesava 98kg e mede 1,73 m. Resolveu dar um “basta” à obesidade. Mudou o regime alimentar e começou a correr. 

Mas não se dedicou a uma corrida diletante. Passou a gostar tanto do esporte que se tornou ultramaratonista. É aquilo que supera os limites das maratonas. Uma maratona consiste em corrida de 42,195 quilômetros. Quando esse termo é superado e a pessoa consegue correr mais, mas muito mais, ele se torna ultramaratonista. 

Hoje Márcio tem títulos muito especiais. É o único atleta do planeta a percorrer 705 km na serra da Mantiqueira pela Ultramaratona dos Anjos e o único a correr 509 km na floresta Amazônica pela Jungle Marathon. Foi o primeiro corredor do mundo a completar o circuito internacional de ambientes extremos, com provas de 217 km em montanha, neve e deserto.

Mas como faz para sobreviver, se ficou desempregado? Ele não estava satisfeito com a oferta da editora: pagar 3 reais por livro que ela venderia por 30. Então montou uma loja virtual, vendeu 1.800 livros e diversificou o seu pequeno comércio. Hoje, a loja http://www.lojamarciovillar.com tem mais de 200 itens. 

Tem excelente saúde, faz aquilo que gosta e ainda ganha mais do que percebia como empregado. Tudo isso, porque tem aquela ferramenta que ninguém pode emprestar: força de vontade, garra, determinação, disposição. E você? Está contente com seu emprego ou acha que merece coisa melhor? 
 
JOSÉ RENATO NALINI é presidente do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo para o biênio 2014/2015. E-mail: jrenatonalini@uol.com.br.
 
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