Blog do Renato Nalini

Ex-Secretário de Estado da Educação e Ex-Presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo. Atual Presidente e Imortal da Academia Paulista de Letras. Membro da Academia Brasileira de Educação. É o Reitor da UniRegistral. Palestrante e conferencista. Professor Universitário. Autor de dezenas de Livros: “Ética da Magistratura”, “A Rebelião da Toga”, “Ética Ambiental”, entre outros títulos.

O impacto do ‘mais’

2 Comentários

Tenho citado, com certa frequência nestes últimos meses, o livro de Moisés Naim, “O Fim do Poder” (Ed. Leya, 2014). Ele sustenta que três revoluções contemporâneas minam o poder tradicional. São elas as do “mais”, da “mobilidade” e da “mentalidade”.
A revolução do “mais” representa o excesso de tudo: mais população, mais problemas, mais reivindicações, mais direitos. Cujos resultados deságuam na congestionada Justiça: quase 100 milhões de processos em curso.

Foi o que procurei mostrar ao participar do 7º Colóquio Internacional sobre o Direito e a governança da sociedade de informação, realizado na Sorbonne I, Universidade de Paris, na última semana. Meu tema foi “O Impacto da Revolução Numérica sobre o Direito”.

Levei os números de São Paulo, que surpreenderam a todos, até ao meu companheiro de mesa, o Ministro Marco Aurélio de Mello, que defendeu a imunidade do e-book, à luz do artigo 150 da Constituição da República.

A exposição ocorreu nos Grands Salons de la Sorbonne, número 47 da rue des Écoles, o centro da inteligência universitária de todo o mundo.

Estudantes de todos os países acorreram ao encontro, que nos deu a honra – ao Ministro Marco Aurélio e a mim, por presidir o maior Tribunal de Justiça do mundo – de sermos os paraninfos.

Ambos falamos sobre a necessidade de o Direito dar respostas aos desafios contemporâneos. Dentre eles, a tragédia climática não é o menor. Mas também existe o problema da informação em excesso, potencializada pelas redes e por uma tecnologia que tanto pode libertar, como pode escravizar.

O fim da privacidade foi previsto por Marshall McLuhan na metade do século passado. “Todas as paredes vão cair”, dizia ele a seu assistente e a web ainda não existia. Mas ele profetizava: é como um tsunami. Você pode saber nadar, mas não vai adiantar nada.

Parece que já estamos no tsunami do excesso de dados, excesso de requisições, excesso de compromissos, de cobranças, de exigências sem fim. A humanidade esqueceu-se do conselho grego: “Nada em excesso”. Estamos a pagar um preço por esta volúpia e, o pior – ou o melhor? – é que nem todos se dão conta do fenômeno.

JOSÉ RENATO NALINI é presidente do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo para o biênio 2014/2015. E-mail: jrenatonalini@uol.com.br.

Imagem: Grand Salon de la Sorbonne Fonte: aurorartandsoul.com

Imagem: Grand Salon de la Sorbonne
Fonte: aurorartandsoul.com

Autor: Renato Nalini

Ex-Secretário de Estado da Educação e Ex-Presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo. Presidente e Imortal da Academia Paulista de Letras. Membro da Academia Brasileira de Educação. Atual Reitor da UniRegistral. Palestrante e Conferencista. Professor Universitário. Autor de dezenas de Livros: “Ética da Magistratura”, “A Rebelião da Toga”, “Ética Ambiental”, entre outros títulos.

2 pensamentos sobre “O impacto do ‘mais’

  1. Meu nobre faz tempo que não publico nada sofri infarto, fiz cirurgia de catarata e tudo isso com 47 anos. Continuo vivo graças a avançada tecnologia e até mesmo da melhora da minha condição social e economica , agora foi tudo facil de maneira alguma e nada é fácil neste Brasil a crise das instituições do Tres Poderes é seria mesmo as demandas dos acontecimentos sociais são enormes mesmo assim o enriquecimento no Brasil transformou uma pequena parte da população em novos ricos e estão fora disso os Magistrados porque não o Judiciario nesta classe este Poder não visa lucro e sim usar a balança para refrear as injustiças do Peixão contra os peixinhos lamentavelmente ainda se abusa da ingenuidade do cidadão do consumidor e principalmente sua falta de cognição propositalmente fixado na sociedade brasileira para facilitar o enriquecimento nem sempre licito ora nossa Constituição Republicana e tecida de boas intenções mas é utópica é teatral devemos sim fortalecer o espirito progressista do positivismo mas quem fara isso assisti um filme em foi dito a seguinte frase ‘TEM PESSOAS QUE NÃO ESTÃO PREPARADAS PELO QUE É JUSTO E SIM SOMENTE PARA CUMPRIR ORDENS” , ai a criatividade o informalismo o espirito democratico o primeiro contato com a pessoa do povo é truculento é preciso mudar isso humanizar as instituições se eu procuro o Judiciario para uma demanda presume-se que já estou afundado em problemas, e deparamos com Magistrados, Promotores que tocam as audiencias o limite de suas condições fisicas e intelectuais e sabemos da qualidade exigida pelo Tribunal Paulista na escolha deseus representantes no primeiro grau ora Dr Nalilini é preciso ententer emquanto as massas mais poderosas se protegem as mais frágeis pessoas desse pais precisam mais do Judiciário uma audiencia no JEC tem demorado por aqui até 3,5 horas até até o veredito ora isso tende a piorar é preciso renovar o Judiciario com mais espaço com com pessoal mais alegre e vi isso na Vara do Trabalho de Avaré onde até o vigilante trata as pessoas que chegam la com repeito e simpatia . Também vi Juiz esculachar adolescente sem sequer lembrar que o objetivo é recupera-lo e isso ja deveria começar acontecer no momento da aplicação da medida socioeducativa. Também tenho visto Magistrado confusos na hora de aplicar a Lei devido a demanda ser enorme não contar até dez na questão das atuas demandas sociais .

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  2. Dentre os sete sábios da Grécia, Quilão quando escreveu “Nada em Excesso” a 600 anos antes de cristo já esbanjava sabedoria.
    O que teria escrito se estivesse vivendo hoje entre nós?
    Certamente alguns excessos seriam recomendados:

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