Quando assistimos a horrorosos assaltos com explosão de empresas, caixas eletrônicos, tudo antecedido por roubo de dinamites, somos levados a pensar que algo precisa mudar. Primeiro o nosso modo de pensar que é correr atrás do prejuízo. Não atingimos a condição de nos antecipar à criminalidade e abortar seus planos. Somos sempre surpreendidos, embora a reiteração de episódios análogos já não deveria surpreender, senão ensejar adoção de outras estratégias.
A questão da segurança é muito séria e cumpre lembrar que ela é de responsabilidade de todos. Isso que o constituinte previu no artigo 144 da Carta Cidadã: dever do Estado e direito e responsabilidade de todos. Sem exclusão. Isso leva à conclusão: quem não é parte da solução, agrava o problema. Os sinais detectados por qualquer pessoa e que possam induzir a algo suspeito, precisam ser comunicados ao sistema de segurança pública.
Mas é urgente intensificar ações quanto à disseminação de armas de fogo de potencial suficiente para derrubar helicópteros e aviões, e constantemente utilizadas para arrebentar fachadas de empresas transportadoras de valores.
O controle de explosivos também precisa ser bem administrado. Sua guarda e transporte merecem cuidado especial, mas tudo isso é paliativo. O essencial é mudar a forma de pensar e partir para soluções ousadas, audazes, até aparentemente utópicas.
Ou seja: se as nossas transações aos poucos vão se tornando virtuais, se podemos transferir valores mediante o uso cada vez mais simplificado e eficiente das redes, se o mundo web se impõe e conquista adesão de idosos com uma velocidade acelerada, por que não pensar em reduzir a produção e a circulação do papel moeda?
Já existe a moeda digital, a “bitcoin”, desde 2009. Desde então, as pessoas puderam fazer transações em dinheiro pela web, sem qualquer intermediação. Os bancos já perceberam que as pessoas, ainda que lentamente, não suportam filas, obtenção de senhas, tudo o que recorde o horror da burocracia. Por isso modernizaram-se e ofereceram serviços cada vez mais inteligentes, menos dependentes da interferência humana.
O mais importante não foi a moeda digital, mas o fator confiança. E pensando nisso foi que o escritor canadense Don Tapscott, autor de mais de quinze livros sobre tendências em negócios digitais, publicou o “Blockchain Revolution”, lançado no Brasil pela Editora Senai-SP.
A blockchain é um protocolo de confiança. Confiança que pode ser atingida por meio da criptografia, software e colaboração. Para Don Tapscott, todas as empresas que atuam como intermediários serão obrigadas a se reinventar. Se não repensarem seus negócios, vão perecer.
Numa fase em que a criminalidade organizada depende do sucesso em roubos mirabolantes para garantir o seu nefasto negócio, a sociedade lícita se vê obrigada a se organizar ou a se reorganizar, impedindo a continuidade na escalada do mal.
Se a tecnologia disponível já permite criar moedas digitais como o Bitcoin, para transferir valores em tempo real, sem taxas e sem passar pelos bancos, por que não se servir dessa possibilidade comprovada e reduzir a fabricação, a circulação e o transporte de dinheiro?
O sistema do “vale-refeição” já funciona assim. Disponibiliza- se, no início do mês, a quantia virtual a que o servidor faz jus. A cada uso, apresentando o cartão, a importância diminui, pois os saques virtuais vão reduzindo a disponibilidade.
Isso pode ser feito—e, de certa forma, já é – em relação aos salários. Não é preciso ir à caixa do Banco e retirar a remuneração mensal. Ela fica na conta-corrente e a movimentação pode ser inteiramente virtual. Eliminar os riscos, adotar outras práticas, surpreender o infrator com inteligência e contemporaneidade pode ser mais eficiente do que exigir que sacrificados agentes da segurança continuem a morrer, oferecendo suas faces e troncos para exercício de tiro ao alvo de quem não se preocupa com a vida alheia.
Fonte: Correio Popular | Data: 05/05/2017
JOSÉ RENATO NALINI é secretário da Educação do Estado de São Paulo
06/05/2017 às 01:41
O Jornalista Ethevaldo Siqueira esteve no programa Roda Viva da TV Cultura, alias um programa que assisto sempre. Ha mais de 50 anos no jornalismo, um homem especializado no tema era digital, ele abordou sobre a moeda virtual, e, de fato, ela vai acontecer, mais cedo, em menos de uma decada, como ja esta acontecendo em alguns paises e ate em algumas atividades na internet aqui mesmo no Brasil.
O artigo muito bem escrito pelo Secretario, chamou atençao para um aspecto importante quando adotamos as praticas ja possiveis de tecnologia, como transferencia de valores on line, o uso do cartao, tudo isso desestimula a pratica criminosa e ajuda a segurança publica. A tecnologia nos torna menos vulneravel ou mais protegidos pelo simples uso dela, eliminando a presença fisica do policial, ou ao menos potencializando sua açao onde necessariamente ele precisa estar ostensivamente presente. A ciencia otimiza todas as açoes, nos devemos acompanhar os seus avanços e rapidamente nos adaptarmos a eles.
Essa eh uma luta constante que serve a todas as areas: a saude, a educaçao, a justiça, a segurança publica e ao transporte publico.
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07/05/2017 às 13:06
Se voce perguntar a uma pessoa comum, a um brasileiro de instrucao media: qual voce acha que deve ser a politica externa brasileira? Ih…um silencio e…parece algo fora de contexto da vida do dia a dia dele, se voce fizer a mesma pergunta a um Europeu ou a um america, a politica externa faz parte do dia a dia deles. Isso nao e um desalento para nos, e so uma constatacao. Ainda nossas demandas sao as basicas, agua tratada, racionamento de agua, tratamento de esgoto, educacao universal e saude universal, ttansporte publico, e seguranca publica, mas ao mesmo tempo o brasileiro tenta ao mesmo tempo juntar se a era digital. Somos um pais emergente, mas acho que estamos tentando emergir desde a decada de 60 para ca. A meio seculo um pais tenta emergir e em cinco anos uma Coreia emergiu. Sem desalentos. Quantas decadas de emergentes sera? Ou sera que isso e uma predestinacao? Falei de tudo isso nao para dizer que a moeda virtual nao chega. Ela ja chegou. Como todas as acoes digitais estao melhorando tudo. Sou positivista. Haveria como digitalizar todo o processo de saude publica, seguranca publica, educacao, saneamento basico, e desenvolvimento sustentavel? Quem sabe entao o brasileiro responderia qual o papel do Brasil no planeta? Sem aquele silencio…de duvida? De desconhecimento?
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08/05/2017 às 12:08
E a Digitalização na Segurança Pública?
Parece que o artigo “Bitcoln é a solução” nos chama a refletir, neste sentido descrito pelo Secretário de Estado, á segurança pública, que parece vulnerável demais frente, por exemplo, ao excelente papel que o judiciário vem fazendo na persecução criminal contra os crimes de colarinho branco praticados por agentes privados e públicos a mais de trinta anos e os brasileiros começam a entender o que já desconfiavam a muito tempo: como que um pais com elevada carga tributária não tem hospitais, escolas e segurança pública de primeiro mundo, somente para os abastados homens dos grandes negócios financeiros, das grandes fortunas com a cumplicidade e participação dos agentes públicos, grande protagonismo do legislativo, executivo, e menos do judiciário, ainda assim calado, omisso até a lava a jato,frente também a salários e privilégios se comparado ao homem comum trabalhador e aposentado quanto ao acesso a segurança pública, a educação e a saúde?
Mas deixando de lado tudo isso onde está a 4ª geração, a digitalização disseminada, na educação, na saúde, na segurança pública? Está na mudança de paradigma que está acontecendo no Estado. Quem sabe com uma reforma política teremos em breve dois institutos que enquadram bem o agente público na ética de agir dentro dos princípios da administração pública renegada a teoria das leis, ao papel de uma constituição cidadã. Refiro-me ao “recall” e ao voto distrital, eles dão ao eleitor aproximação e o compromisso do eleitor e seu eleito.
Não haverá mais aquela desculpa: “não me lembro em quem votei”, a portada de entrada de quem foi votado cair dissimuladamente como quem não quer aos exclusivos interesses de grandes” lobbys” de grandes empresas e só a elas servindo-se e se servindo como um mundo fechado onde a razão básica da existência é a utopia do povo, do governo para o povo e pelo povo.
A Coreia do Sul, hoje, ameaçada por alucinado do Norte, alcançou em 5 anos um processo de digitalização, dado as devidas proporções entre um pais continental , como o Brasil o é, e uma ilha na Ásia, esse modelo de educação, saúde, segurança pública, e o Brasil está como país emergente a 54 anos, 21 anos de 1964 a 1985, mais 33 anos de 1985 a 2016, o que se nos vem de tudo isso: um pais continental como o Brasil, que sofreu todos os tipos de intempéries históricas, queria fazer uma diplomacia não aliada, quando a guerra fria bate ás suas portas, quando cai o muro de Berlim, em 1989, quer fazer a abertura econômica, a modernização, a quebra da reserva de mercado, hoje todos tem acesso a um celular, já há casas populares sendo construídas com energia solar.
Há muito que se comemorar. Então que a quarta geração industrial venha também para a Segurança Pública, para que os policiais não morram como gados abatidos em matadouros de frigoríficos a mando de traficantes de entorpecente e indigentes públicos corruptos (peço desculpas pelo pleonasmo, redundância e o péssimo trocadilho)
Então encontraremos paz para colocar um pais continental, como uma ilha que em cinco anos era muito mais atrasada que nós e hoje já conseguiu até prender a presidente que sofreu o impeachment e a daqui tenta escapar por todos os subterfúgios absurdos, dos dedos apontados da justiça.
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